quarta-feira, 7 de abril de 2010

FILME: Lucas um Intruso no formigueiro, para a prof. Irineide

Lucas, um Intruso no Formigueiro dá lição de tecnologia e de moral
Crianças podem descobrir o incrível mundo que há embaixo da terra

Lucas, um Intruso no Formigueiro combina uma brilhante animação computadorizada de última geração com uma história espirituosa e emocionante para crianças de todas as idades.

"Imagine um mundo inteiro sobre o qual você não sabe nada, embora caminhe sobre ele todo dia. Pode ser um universo dinâmico e oculto que existe no quintal da sua casa", sugere Davis. Se esse mundo está nos túneis subterrâneos e câmaras secretas de uma agitada colônia de formigas, é preciso ser suficientemente pequeno para conhecê-lo. Isso é exatamente o que acontece com Lucas Nickle (Zack Tyler Eisen), um garoto de 10 anos atormentado por um valentão, que acaba agindo como o seu algoz ao descarregar sua frustração nos insetos indefesos que vivem no gramado de seu jardim.

A explosão causada por Lucas no formigueiro com a mangueira do jardim de casa desencadeia uma enorme inundação no mundo subterrâneo, levando pânico às formigas. "Ele jamais poderia suspeitar que estava causando tamanho caos e carnificina somente por despejar água em algumas formigas", conta o diretor.

Tudo isso, porém, está prestes a mudar. Um elixir mágico preparado pelo mago Zoc (Nicolas Cage) subitamente transforma Lucas em um garoto minúsculo. As formigas então o raptam de sua cama e o levam ao fundo do formigueiro, para ser julgado pela destruição que causou por puro capricho. Uma vez lá embaixo, ele fica totalmente impressionado e um tanto mais do que nervoso ao descobrir que as formigas possuem uma civilização vasta e complexa, com regras e responsabilidades, em que cada indivíduo tem um trabalho a fazer em prol do bem maior.

E o que é mais impressionante: ele percebe pela primeira vez na vida que essas criaturas pequenas e tenazes, que ele uma vez descartou como "apenas um monte de formigas idiotas", têm idéias e emoções exatamente como ele, sem mencionar uma postura bem melhor! A má notícia é que elas estão todas loucas da vida com ele, a quem chamam de 'Lucas, o Destruidor'.

"Quando vemos as formigas pela primeira vez, do ponto de vista vantajoso de Lucas, elas se parecem com formigas reais, pequenas e indistintas, da forma como as veríamos da distância de nossa altura humana", Davis observa. "Quando, porém, fazemos um corte ao nível delas, vemos que têm rostos individuais expressivos e nos bate aquele pressentimento, como aconteceu com Lucas, de que a realidade, afinal, não é necessariamente o que aparenta ser".

"Que ser humano ainda não se imaginou do tamanho de uma formiga e vivendo no mundo delas?", pergunta um dos produtores do filme, o astro Tom Hanks. Foi ele quem chamou a atenção de Davis para o livro infantil, bastante popular em 1999. "Meu filho chegou do jardim de infância com um livro que havia emprestado da biblioteca, The Ant Bully, de John Nickle", conta. "Estávamos lendo juntos e não tínhamos chegado nem à metade quando percebi que daria um filme maravilhoso. A idéias geniais de como realizar a ação na tela trazendo o mistério natural, o humor e o risco de um menino repentinamente miniaturizado, perdido no espaço insondável de seu próprio quintal onde uma lata de refrigerante descartada se agiganta como um edifício de três andares, vespas dão vôos rasantes e estrondosos e hordas de criaturas estranhas perambulam pela grama alta.

Lições que todos podem aprender com as formigas

"Não se pode fazer um filme apenas com a intenção de ensinar uma lição às crianças", afirma Hanks. E explica: "O significado de uma fábula deve ser parte integrante da história que está sendo contada. O que Lucas aprende com as formigas - que fazer parte de uma boa família é algo insubstituível - é o que o filme conta em sua essência, não o que ele prega". Davis, fã dos desenhos animados clássicos de contornos nítidos da Warner Bros., sabe que "as crianças captam muito mais do que as pessoas acreditam" e explica: "quando criança, eu sempre percebia quando era subestimado e me ressentia com isso". Fiel a essa idéia, ele conta que houve momentos durante a produção em que o pessoal da equipe trouxe seus filhos para assistirem a seqüências do filme e eles forneceram um feedback valioso, em um caso até influenciando a revisão do final da história. "Queremos sempre fazer algo prazeroso e divertido de se ver, junto a um propósito, uma mensagem com a qual pais e filhos possam conviver e se sentir bem a respeito. De outra forma, será algo fútil e a experiência termina no momento em que você sai do cinema".

"O filme apresenta vários temas igualmente importantes. No formigueiro, Lucas não aprende somente sobre trabalho em equipe, amizade, coragem e o valor da comunidade, mas também sobre abuso de poder. Quando olhava para as formigas e as menosprezava por serem pequenas e aparentemente insignificantes, ele achava que tinha o direito de fazer o que quisesse com elas. Somente quando vê os desdobramentos de suas ações é que começa a pensar que talvez essa não seja a melhor atitude a tomar", pondera Davis.

No princípio, Lucas encarna o papel de vítima e de tirano alternadamente na história, pois, para descontar as agressões sofridas do valentão Steve, golpeia secretamente o formigueiro. Algum tempo depois, ele descobre essa humilhante ironia. "A partir desse momento você pode, caso deseje, extrapolar para além do nível dos valentões da vizinhança e das crianças de 10 anos de idade e se referir às outras coisas que acontecem no mundo, pois é um conceito muito universal. O fato de ter o poder ou de estar em situação vantajosa não lhe dá o direito de fazer uso dessas condições", ressalta o diretor.

Em sua forma miniaturizada, Lucas é constantemente surpreendido, encantado ou horrorizado - às vezes as três coisas juntas - por perceber que as coisas nem sempre são o que parecem. As formigas podem ter sentimentos; os sapos, divertidos como objetos de caça, podem tornar-se predadores apavorantes; e mesmo o próprio jardim familiar - anteriormente um espaço sem graça de grama seca entre a casa de Lucas e a calçada - pode ser, na verdade, um campo de batalha territorial repleto de atividade e de dramas de vida e morte, como uma selva primitiva. Ao mudar sua perspectiva, o garoto começa a perceber cada coisa em torno de si - mesmo as que considerou óbvias durante toda a vida - de modo totalmente novo.


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